Na próxima terça-feira
(19), a Base de Alcântara, no Maranhão, deverá passar a ser usada para
lançamentos espaciais dos EUA. A decisão faz parte do Acordo de
Salvaguardas Tecnológicas (AST) entre Brasil e Estados Unidos, cujo documento
deverá ser assinado pelos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump em
Washington, na data em questão.
Segundo dados da
Administração Federal de Aviação dos EUA, o mercado de lançamento de satélites
chegou a movimentas US$ 3 bilhões em 2017, o que aponta o crescimento de 16% em
relação a 2016.

Desta vez, “o Centro
de Alcântara continuará sendo controlado exclusivamente pelo governo
brasileiro, com participação da AEB e do Ministério da Defesa e todas as
atividades no Centro ocorrerão sob a supervisão do Brasil”, e é previsto que,
no futuro, “além de utilizar foguetes nacionais para lançar satélites
brasileiros, Alcântara poderá atender ao mercado internacional de lançamentos
privados”, diz a Agência Espacial Brasileira.
A nova AST também
assegura a não proliferação de tecnologias de uso dual. Ou seja: a instalação
de tecnologias para fins cívico-militares, como mísseis, está descartada. Com o
acordo assinado, os EUA teriam acesso ao local mais estratégico de todo o mundo
para o lançamento de satélites.
O Professor de
Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Flávio Rocha
afirmou ao jornal o Estado de S. Paulo que, apesar das novas diretrizes, o
acordo continuaria ponto em risco a soberania nacional do Brasil, que
sucumbe em busca alinhamento com os EUA a qualquer custo.
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BASE DE LANÇAMENTO DE FOGUETES DE ALCÂNTARA |
“O maior risco que
vejo nisso é uma perda de autonomia política e ideológica do país para
desenvolver uma série de tecnologias que seriam de interesse nacional”, afirma
o professor, ao defender que a proposta faz parte de um viés
“ultra-neoliberalizante” para qual o país está caminhando com o novo Governo.
A viagem de Bolsonaro
para os Estados Unidos aconteceu na manhã de hoje (17), na Base Aérea de
Brasília. O presidente está acompanhado pela comitiva brasileira formada pelos
ministros pelos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo
Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Augusto Heleno
(Gabinete de Segurança Institucional), Tereza Cristina (Agricultura) e Ricardo
Salles (Meio Ambiente), além do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Alcântara
como o Centro Espacial de Kennedy
Ainda em fevereiro
deste ano, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC),
Marcos Pontes, afirmou que o plano do Governo é tornar a Base de Alcântara
similar ao Kennedy Space Center, nos EUA – algo como “base espacial de
aluguel”.
Segundo Pontes,
empresas privadas e até governos “contratariam” a Base de Alcântara para seus
lançamentos. Uma vez lançado o foguete, o contrato se encerraria, não rendendo
prejuízos ao Brasil.
A
vantagem de Alcântara
A Base de Alcântara,
no Maranhão, é internacional é internacionalmente reconhecida como um
ponto estratégico para o lançamento de foguetes, por estar localizada em
latitude privilegiada . Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), o uso do
local pode significar uma redução de 30% no uso de combustível, em comparação a
outros locais de lançamentos em latitudes mais elevadas.
FONTE - O IMPARCIAL
FONTE - O IMPARCIAL
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