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Lobão e seu filho Marcio Lobão |
A Polícia
Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (10/9), a 65ª fase da Lava
Jato. Apelidada de Galeria, a operação cumpre 11 mandados de busca e apreensão
e 1 de prisão preventiva relacionados ao pagamento de propina na construção de
Belo Monte e a Transpetro, subsidiária da Petrobras.
Na ação,
Márcio Lobão, filho do ex-senador e ex-ministro Edison Lobão, foi preso. Ele
foi detido por volta das 7h desta manhã no Rio de Janeiro. Esta fase da
Lava-Jato ocorre em parceria com o Ministério Público Federal (MPF). Além do
Rio de Janeiro , as equipes policiais também cumprem mandados em Brasília. A
intenção é aprender documentos e arquivos de informática que ajudem no
aprofundamento das investigações.
De acordo com
o MPF, as buscas objetivam aprofundar investigações de crimes de lavagem de
dinheiro e corrupção em obras da Transpetro e Belo Monte. As investigações
apontam que, ao menos entre 2008 e 2014, Edison Lobão e Márcio Lobão
solicitaram e receberam R$ 50 milhões propinas dos Grupos Estre e Odebrecht.
A operação
também investiga benefícios em mais de 40 contratos, cujo valor chega a cerca
de R$ 1 bilhão, celebrados pelas empresas Estre Ambiental, Pollydutos Montagem
e Construção, Consórcio NM Dutos e Estaleiro Rio Tietê. Os investigadores
apontam que, em ambos esquemas, há provas que as propinas foram entregues em
espécie em escritório advocatício ligado à família Lobão, localizado no Rio de
Janeiro.
Lavagem de dinheiro
Nas lavagens
de dinheiro cometidas por Márcio Lobão, diz o MPF, houve aquisição e venda de
obras de arte com valores sobrevalorizados, simulação de operações de venda de
imóvel e de empréstimo com familiar, interposição de terceiros em operações de
compra e venda de obras de arte e movimentação de valores milionários em contas
abertas em nome de empresas offshore no exterior. Aumentando o seu patrimônio
em R$ 30 milhões.
“Por isso,
também são alvo dos mandados de busca e apreensão endereços de galeria de arte
e de agentes financeiros que atuavam perante bancos, a exemplo do Julius Bär,
gerindo contas de Márcio Lobão no exterior”, diz o MPF.
“As fortes
evidências do envolvimento de Márcio Lobão, por longo período, em diversas
operações de lavagem de capitais e em crimes de corrupção relacionados a
diferentes obras públicas e grupos empresariais, bem como os indicativos de que
permanece, ainda em 2019, praticando atos de lavagem de dinheiro, motivaram a
decretação da prisão preventiva”, prossegue.
Na nota, o procurador da República e coordenador da
Lava-Jato, Deltan Dallagnol, diz que "a Lava-Jato continua rompendo a aura
de intocabilidade de poderosos. A equipe segue unida e, enquanto for possível,
prosseguirá seu trabalho", afirma.
Fonte – Correio Brasiliense
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